sexta-feira, 12 de junho de 2009


Olá gente blogueira, apresento-vos uma inquietação.

Qual o professor que diante de uma sala de aula inquieta e agitada que querem fazer de tudo menos o que está proposto para aquele dia não se sentiu angustiado?

Eu já. Nos últimos dias estava vivenciando o meu período de estágio e regência como graduando do curso de Pedagogia e um questionamento norteava minha conduta em sala de aula para entender nestes tempos atuais a função social da escola. E me questionava: "Escola pra quê?"

Na nova sociedade da tecnologia e dos novos meios de conviver e partilhar o conhecimento, como gerenciar as oportunidades que tantas crianças fazem uso fora da escola no que tange a estas novas tecnologias como internet, MSN, Orkut, salas de bate papo que estão muito mais interessantes que a sala de aula?

É então que proponho minha indagação para nortear a nosso "bate papo" nesta postagem. Qual o sentido da escola?

Esta indagação recoloca a discussão sobre a crise da escola na perspectiva de uma crise que assume caminhos globais, éticos, culturais, sociais, institucionais, econômicos e de paradigmas que não dão conta da complexidade do mundo contemporâneo.

Perplexos, agentes fazedores do cotidiano escolar ficam, diante destas situações onde a crise de valores se perde diante das novas demandas que surgem no seio do corpo escolar. Muitos não conseguem corresponder esta demanda, pois ainda não compreendem qual é a cultura da escola a qual estão inseridos.

As imposições que partem de fora para dentro, de cima para baixo, de pessoas que desconhecem o universo escolar para quem vivencia essa realidade diariamente entram em choque com a realidade motivacional dos alunos dentro da escola.

Escola que não dá prazer, escola de gente feliz e outras tantas infelizes, escola que alimenta gente que muitas vezes vão para lá para se alimentarem, escola que tem violência, escola que não dá carinho, escola com delinqüência infantil e juvenil... São tantas realidades! E assim caminha a escola.

Mas que espaço é esse? Não será a escola de hoje ou algumas escolas um amontoado de pessoas num pequeno aglomerado que perdeu o seu sentido? Esta é também uma discussão sobre a crise educacional em contraponto com a modernidade "líquida" usando a terminologia de Zygmunt Bauman, sociólogo polonês a quem tenho dedicado minhas leituras atualmente.

A tecnologia é fato. Ela vem para facilitar, porém não chega a todos os recantos escolares. Os desafios que os professores enfrentam frente à essa diversidade cultural e social são inúmeros e imprevisíveis. Muitos alunos que já nasceram nesta nova fase da sociedade acham a aula um "saco", não são mais motivados a aprenderem diante do que a escola dispõe: quadro e giz.

É preciso interagir e trabalhar a unidade na diversidade. É preciso ver o indivíduo e a coletividade na escola. As transformações e a urgência da sociedade perante determinados temas e a mudança radical de conceitos na sociedade nos mostra a necessidade imperiosa que a Escola tem de se adaptar e procurar o seu papel como instituição na modernidade.

Luciano Medrado (Graduando em Pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus Universitário de Jequié/BA.)

3 comentários:

  1. Oi Luciano.
    Boas reflexões sobre o papel que a escola vem desempanhando junto ao público a que se destina. Considero importante a reflexão a respeito da função social da instituição educadora que há tempos temos depositado esperanças de mudança. Certamente constitui-se um desafio frente às novas demandas. E os educadores precisam estar atentos para os efeitos dessa onda transformadora que já se anuncia. Abraço.

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  2. Lu sabemos como foi difícil a experiência que passamos, e sabemos também que as inquetações que você traz permeiam a educação expandindo-se a cada instante. E onde está a solução? o que devemos fazer para mudar esta realidade que ai está?
    Difícil responder.Vejo-me de mãos atadas e questiono-me se vale a pena enfrentar o desafio de continuar na educação.

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  3. Oi Silmara, oi Luciano...

    Luciano,
    Vc problematiza e ao mesmo tempo busca responder as questões colocadas. Isso é muito bom, pois demostra que vc pesquisa e reflete sobre sua ação docente. A escola está caduca Luciano e Silmara, os tempos são rígidos, os currículos engessados, e a meninada lá fora está vivendo uma outra lógica com diversas janelas abertas, comunicação todos - todos etc.

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