sexta-feira, 13 de março de 2009

ESTÁGIO: CONSTRUINDO IDENTIDADES PESSOAIS E COLETIVAS



MEDRADO, Luciano.

Qual a função e o papel do estágio supervisionado em um curso de Licenciatura? Partindo desta indagação buscaremos aqui compreender o estágio, suas implicações e desdobramentos na vida de quem vivencia este ritual de passagem.

O estágio supervisionado em um curso de licenciatura precisa ser primeiramente assumido em seu caráter de formação continuada para ser compreendido em seus princípios norteadores que é acima de tudo assumir a idéia de emancipação humana.

É nesse processo de estágio que encontramos possibilidades para ressignificar nossas identidades profissionais, pois compreendemos este período não como algo acabado, mas uma realidade em permanente construção visto que a sociedade requer sempre novas demandas da escola e da ação docente. Pimenta e Lima (2004, p. 127) falando do papel do estágio afirmam que, "formadores e formandos encontram-se constantemente construindo suas identidades individuais e coletivas em sua categoria".

O estágio em seus fundamentos teóricos e práticos, seja este espaço de diálogo e de lições, de descobrir caminhos, de superar os obstáculos e construir um jeito de caminhar na educação de modo a favorecer resultados de melhores aprendizagens dos alunos. (PIMENTA e LIMA, 2004)

Assim, o estágio no curso de licenciatura é compreendido como um espaço de reflexão das práticas, a partir das teorias tendo em vista a formação continuada para que os sujeitos nele envolvidos ressignifiquem seus saberes docentes e de produção do conhecimento.

Trazer para o estágio o tema da formação do professor é entender o seu desenvolvimento profissional como algo dialético, de criação constante do conhecimento, no conhecimento e desconhecimento do já conhecido, amparados numa concepção de homem que se institui formal e sistematicamente em sua inteireza e não na fragmentação.

É neste sentido que Pimenta e Lima (2004, p. 131) entendem que:

A formação contínua estaria assim a serviço da reflexão e da produção de um conhecimento capaz de oferecer a fundamentação teórica necessária para a articulação prático-crítica em relação ao aluno, à escola, à sua profissão e à sociedade.

Dessa forma a reflexão deve ser situada como elemento principal de emancipação humana sem perder de vista seu caráter histórico, localizado e intencional que se realiza a partir da análise e da explicitação dos interesses e valores que possam auxiliar o professor na formação da sua identidade profissional. Identidade permeada pelo cotidiano, pela análise e implicações bio-psicosociais, culturais e ideológicas.

Neste sentido, a formação do estagiário, constitui um processo de mudanças onde estão envolvidos também os aspectos da vida material, os agrupamentos, as dimensões de identidades, a leitura do mundo e posturas novas de aprendizagem.


 

REFERÊNCIA:

PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena Lima. Estágio e Docência. São Paulo: Editora Cortez, 2004.

Um comentário:

  1. Oi Luciano,

    Muito bom vc ter postado suas impressões sobre o texto da Selma Garrido. Contunue nesse exercício de síntese e reflexão durante todo o estágio. Isso irá contribuir com sua formação e com a elaboração final do seu relatório.

    beijos,

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